LAERTE-SE

Cartaz do filme LAERTE-SE

Opinião

“Tenho medo que as pessoas percebam que sou uma fraude.” Como uma fraude? Como homem? Como mulher? Porque corajosa, Laerte foi. Assumiu o desejo de assumir seu lado feminino, pousou nua para a revista Rolling Stone, concordou em registrar tudo neste documentário e abrir sua intimidade, seus medos e desafios publicamente. Não é pouca coisa. Não é fraude.

Laerte-se é obrigatório para quem quer pensar sobre gênero – assunto na ordem do dia bem perto de todos nós. Não precisa ir longe. As escolas estão enfrentando esse assunto abertamente, tendo que aprender a ouvir, entender, assimilar, respeitar e incluir qualquer pessoa no contexto social e educacional, independente do gênero, sexo, orientação sexual. Que são coisas diferentes.

Nada é isento de sofrimento, preconceito, negação. A brecha que Laerte criou para se libertar dessas amarras – vemos no começo do doc a resistência que ela tinha em relação às filmagens, enquanto falava com a jornalista e diretora Eliane Brum – pode servir de ferramenta para repensar essa realidade. Bom para todas as idades – trabalhar a tolerância, o não-julgamento. Afinal, o que é que a gente tem com a maneira com que os outros lidam com a sexualidade deles? É deles, afinal de conta. Vamos nos preocupar em cuidar da nossa que já está de bom tamanho.

Laerte não é uma fraude – se eu pudesse dizer isso a ela, diria. Corajosa, isso sim. Tá tentando ser feliz, só isso. Agora, no meio de tantas reflexões e confissões íntimas e profundas, a cena campeã é com sua amiga Rita Lee. Genial! Corre pra ver.

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