OS NOMES DO AMOR – Le Nom des Gens

Cartaz do filme OS NOMES DO AMOR – Le Nom des Gens
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Opinião

Nosso nome está carregados de significado, não tem jeito. Ou é muito comum a ponto de termos uma legião de homônimos espalhados pelo país, ou inusitado demais, capaz de registrar a herança religiosa, ideológica e até social. É o caso dos personagens de Os Nomes do Amor, cujo título em francês faz referência ao nome das pessoas – o amor ficou por conta da versão brasileira (descobri que em inglês também é assim). Está na programação do Festival Varilux de Cinema Francês.

Trata-se de fato de uma história de amor às avessas. A moça é extrovertida, bastante ousada e tem ideias esquerdista, que prega o “faça amor, não faça a guerra”. Não hesita em dormir com os homens no seu primeiro encontro, na tentativa de convencê-los a comprar seus ideais, e sua filosofia de que a vida deve ser sentida intensamente. Sem qualquer pudor, a atrapalhada Baya Benmahmoud, de origem árabe e muçulmana, passa frequentemente por brasileira por causa do nome Baya e leva uma vida absolutamente fora dos padrões de comportamento e das convenções. Seu pai é do norte da África e sua mãe, esquerdista ativista nos anos 70. Até que conhece o quarentão e direitista Arthur Martin, que tem um nome absolutamente comum, igual a tantos outros, mas que esconde sua origem judia e por isso teve uma criação carregada de tabus e questões nunca resolvidas. A junção dos dois é engraçada e bastante exagerada às vezes – o que faz parte da proposta da caricatura do clichê “os-opostos-se-atraem”.

Vejo no filme uma maneira descontraída de retratar a diversidade da sociedade francesa atual, da dificuldade muitas vezes de preservar a individualidade, de não se expor, mas também de quebrar tabus e falar de assuntos ditos proibidos em família. Há uma discussão implícita das relações em família, da intimidade ou distância que se cria por essa herança carregada e como isso interfere na maneira como as futuras gerações veem o mundo – que na verdade pode se aplicar a qualquer sociedade. Aqui é interessante analisar a situação da França propriamente dita, que vive essa questão multirreligiosa de forma intensa e controversa – o tema é tratado com humor, embora na realidade seja motivo de grandes debates e polêmicas nas searas política, social e econômica. Mas se a intenção não for dar muita importância a essas questões, vale dizer que Os Nomes do Amor conta uma história curiosa e divertida, sobre um encontro improvável entre duas pessoas opostas. Mas que se complementam e de alguma maneira fazem a relação acontecer.

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