COPACABANA

Cartaz do filme COPACABANA
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Opinião

Copacabana foi exibido no Festival Varilux de Cinema Francês e agora entra em cartaz. É mais um filme bem humorado, misturado com as sutilezas e dificuldades dos relacionamentos entre mãe e filha. Isabelle Huppert (também em Minha Terrra, África) é a âncora da história e, diga-se de passagem, conduz tudo muito bem, dando graça e dramaticidade ao mesmo tempo. Graça porque Babou, sua personagem, é alguém que não se encaixa dentro das convenções sociais e do chamado ‘bom comportamento’. Diz o que pensa, age como acha melhor e não tem medo de ser julgada. Mas quando o julgamento vem da sua própria filha Esméralda (Lolita Chammah), a história muda de figura. Babou resolve realmente trabalhar e principalmente permanecer no emprego para, quem sabe, reconquistar a admiração da filha. Acaba topando com Lydie (Aure Atika, também em Mademoiselle Chambon), com que estabelece uma relação curiosa, de uma amizade desconfiada, que contribuiu para o desfecho.

A partir desse enredo a história se desenrola de uma maneira muito leve. Babou se mostra uma pessoa generosa e atenciosa, além de alguém que quer sempre viver intensamente. Mas onde entra Copacabana? Louca para se mandar para longe por causa da rejeição e da vergonha que a filha sente dela, sonha com o Brasil e chega a dar passos desajeitados do que ela imagina ser o samba. A trilha sonora inclui bonitas canções brasileiras e o sonho de vivenciar um pouco do calor brasileiro vem de uma forma curiosa no fim do filme.

Segundo o diretor Marc Fitoussi, Babou tem um pouco da alegria e do espírito brasileiros – embora ele também tenha dito que nunca esteve no Brasil. Não acho que seja isso. Acho que desiludida, Babou sonha com algo que ela não conhece, com algo diferente que pudesse afastá-la da triste realidade da falta de dinheiro e da falta de proximidade com a filha – mas não da falta de esperança. Poderia ser qualquer outro lugar. Mas gosto da escolha de Copacabana e do Brasil para dar constraste com a frieza das relações e do clima. Fato é que a referência ao Brasil está só no nome do filme e no sonho, porque o balneário belga onde tudo acontece não se parece em nada com a carioca – acho até que é uma grande ironia a escolha deste cenário. Mas Copacabana como um todo é gracioso, sem ser raso; é divertido, sem ser banal. Boa pedida.

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