A MISSÃO do GERENTE de RECURSOS HUMANOS – The Human Resources Manager

Cartaz do filme A MISSÃO do GERENTE de RECURSOS HUMANOS – The Human Resources Manager

Opinião

Falando de maneira prática, a missão de um gerente de Recursos Humanos é zelar justamente pelas pessoas que fazem parte do staff de uma empresa. Zelar no sentido profissional, que logicamente vem carregado de situações pessoais, fatalidades, conjunturas que impactam o trabalho em si. O curioso aqui – e até antagônico – é que este gerente precisa cuidar da extradição do corpo de uma funcionário da panificadora onde trabalha, sem que ele tenha sabido da sua admissão, nem demissão, e por isso acaba sendo mais prático e frio. Acho que o jogo que o diretor israelense Eran Riklis (também em Lemon Tree e A Noiva Síriaambos ótimos) faz com o termo “recursos humanos” se aplica também à humanização que normalmente não existe no nosso mundo competitivo empresarial, que muitas vezes é preterida pela necessidade de resultados e desempenho. Aqui, o gerente objetivo e atrapalhado emocionalmente, que passa por um momento delicado na vida pessoal, também precisa ser mais humano e ter compaixão.

Seguindo a mesma linha do humor sutil de A Noiva Síria, de situações improváveis e que por isso se tornam tragimômicas, o diretor constrói um filme interessante, com a espinha dorsal baseada na morte dessa funcionária em um atentado terrorista em Israel (uma imigrante clandestina vinda do Leste Europeu), que não tem parentes no país e que deve ter seu corpo extraditado para o país de origem, a Romênia. Acusado de ser desumano e injusto por um jornal sensacionalista, com problemas com a ex-mulher e com a filha, não vê outra saída senão se livrar rápido da situação e levar o corpo para os parentes. Mas uma série de situações inesperadas acontecem e o que era para ser uma simples e rápida resolução acaba mexendo com os sentimentos desse gerente e o levando para os confins desse país gelado. Mas não tem drama demais, pelo contrário. É até frio, objetivo, sem deixar de ser sutil.

Lembre-se de que o ritmo é mais lento, que é um filme de observação – daqueles que as ações acontecem mais devagar, até para parecer que acontecem mesmo. É daqueles que você precisa entrar na história, para captar e entender seus personagens e suas descobertas. Mas não deixe de ver os outros dois filmes do diretor, que são a grande pérola.

 

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