OS MISERÁVEIS – Les Misérables

Cartaz do filme OS MISERÁVEIS – Les Misérables

Opinião

Mais bonito do que toda produção, todo do dramalhão (a história de Victor Hugo é de fato um grande drama), todo o cenário minucioso e por vezes teatral, é Anne Hathaway cantando I Dreamed a Dream (assista ao trailer abaixo). Tom Hooper (também de O Discurso do Rei) não tem a intenção de esconder imperfeições: a atriz canta ao vivo, com emoção evidente e com a câmera fechada nela. Só ela e a canção, que dá à personagem de Fantine um encanto especial. Anne Hathaway (também em Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge, Um Dia, O Casamento de Rachel, Alice no País das Maravilhas, O Diabo Veste Prada) concorre ao Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo papel. Vou torcer!

Antes que eu me esqueça, para os desavisados Os Miseráveis é um musical. Sim, tudo cantado. Portanto, para quem não costuma gostar desse gênero, melhor não ir. O filme é longo e pode cansar. No entanto, para quem curte e para quem ama, vale seu ingresso. Com pelo menos outras quatro versões para o cinema e outras tantas como seriado de televisão, o clássico de Victor Hugo, publicado em 1862, é agora adaptado para o cinema a partir do musical criado para o teatro nos anos 1980.

Conta a história de Jean Valjean (Hugh Jackman, também em X-Men Primeira Classe), um dos milhares de miseráveis da França pós-Revolução Francesa. Rouba um pão para dar ao sobrinho que tinha fome, é condenado a 19 anos de prisão, e quando libertado não cumpre como deveria sua condicional. Foge para não cair nas garras do implacável inspetor Javert (Russell Crowe, também em Robin Hood, 72 horas), comete outro crime, mas tem a chance de tentar uma vida nova. Seu caminho cruza com o de Fantine (Anne Hathaway), que se torna prostituta, come o pão que o diabo amassou e precisa proteger sua filha Cosette (Amanda Seyfried, também em 12 Horas). Valjean promete protegê-la para sempre, na França do século 19, onde os levantes são constantes, a pobreza avassaladora e os miseráveis, a esmagadora maioria.

O que precisa ser dito: vá assistir e deixe-se levar pelas canções e pelo visual que o filme proporciona. Nem todos os atores são bons cantores – aliás, Russell Crowe não se solta como cantor, mantém a postura rígida do oficial que representa. Não convence, é verdade. Por outro lado, Hugh Jackman se despe de qualquer resquício de X-Men e se entrega ao personagem solidário e humano de Jean Valjean. Já Sacha Baron Cohen (também em Bruno, O Ditador) e Helena Bonham Carter (O Discurso do Rei e Alice no País das Maravilhas) fazem bem o papel de oportunistas e vigaristas da miserável Paris.

Trocando em miúdos, Os Miseráveis de Tom Hooper não é pouca coisa. Imagine-se no teatro ou na França dos anos 1800. A música ocupa todo o espaço, totalmente integrada com a estética do filme. Deixe-a dominar. É um lindo espetáculo, emocionante na canção Can You Hear the People Sing?, empolgante no coro de todos os atores no cenário das barricadas. Viva a França!

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