BARBARA

Cartaz do filme BARBARA
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Opinião

Revisitar o tema da Alemanha Oriental, sua rigidez, crueldade e incontestável capacidade de gerar cidadãos insatisfeitos, é muito interessante quando feito por diretores que viveram essa realidade ainda jovens. Mais interessante ainda é o tom escolhido pelo diretor Christian Petzold. Não é o drama da censura e controle em si, mas o drama humano da rigidez e privação consequentes, concentrados no personagem Barbara. Claro que o tema remete ao maravilhoso A Vida dos Outros, mas não chega a ser tão impactante quando ele. Mas Barbara tem o seu valor. Foi a escolha alemã para concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2013 e o diretor levou o Urso de Prata em Berlim 2012, por sua interessante visão daquela época.

Barbara (Nina Hoss) é uma médica pediatra em Berlim, afastada da cidade grande por contrariar as regras do regime. Ousou solicitar às autoridades o visto de saída, para juntar-se ao namorado no lado ocidental. Como punição, é transferida para um isolado hospital à beira do mar Báltico, sem projeção ou estrutura. Isso nos anos 1980, o que levou Barbara a sofrer controle, espionagem e humilhações, já que as autoridades desconfiavam constantemente de que pudesse haver um plano de fuga.

Chama a atenção o caráter contido e permanentemente tenso de Barbara, que se divide entre o desejo de fugir e a paixão e dedicação pela profissão, pelo cuidado com o outro, pelo zelo. Difícil tirar um sorriso de Barbara; fácil imaginar qual será a sua escolha. A opção de desfecho do diretor Petzold prima pela liberdade, tenha ela um formato previsível ou não. Agora que a Alemanha é uma só, fica fácil falar. Filmes assim nos ajudam nesse transporte para uma realidade ditatorial e compulsória, que ainda vemos acontecer debaixo do nosso nariz.

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