A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS – The Book Thief

Cartaz do filme A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS – The Book Thief

Opinião

Lembro de ter me emocionado com a leitura de A Menina que Roubava Livros. Ler sempre deixa a mente mais livre para imaginar, ainda mais do ponto de vista de Markus Zusak, que coloca a morte como narradora do drama. E ainda, a partir do prisma da importância do conhecimento, da literatura, da comunicação, da educação, numa época em que pensar contra o regime era sentença de morte. Boa sacada, do autor, que ficou aquém da sua capacidade sob a lente do diretor.

Filme sobre o Holocausto são muitos, mas alguns são acima da curva. E quando a história é boa, a emoção também fala mais alto. É o caso de O Pianista, A Lista de Schindler, para citar alguns. São filmes em que o cenário não está todo no seu devido lugar, em que o caos não está arrumado, em que parece que realmente estamos vivendo a realidade. Em A Menina que Roubava Livros falta isso: a sensação de que foi verdade, embora estivéssemos na ficção. Tudo muito arrumado, comportado, organizado. A menina Leslie perde o irmão, é vendida pela mãe comunista a um casal de alemães e com eles vive o período da guerra. Aprende a ler com seu pai adotivo, que esconde no porão da casa um amigo judeu. Ficam amigos, as relações se estreitam e entre eles o amor pela fantasia, pelas letras e pelas histórias é o que faz atravessar os tempos difíceis.

Se eu disser que não me emocionei, pode parecer frieza, mas é o olhar da câmera que não convence. Fica mais com cara do que chamávamos de “sessão da tarde” do que qualquer outra coisa. Não que não valha a pena, mas eu colocaria na prateleira daqueles para ver num domingo chuvoso, no conforto de casa. Lembrei: tem algo fake, parecido com o que senti quando vi Cavalo de Guerra, de Spielberg. Poderia ter sido um grande filme.

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