WINTER, O GOLFINHO 2 – Dolphin Tale 2
Opinião
Recentemente o documentário Blackfish: Fúria Animal gerou polêmica e fez muita gente parar para pensar. Grande parte de nós já foi a um parque aquático e viu baleias e golfinhos fazendo malabarismos em um tanque de água – o que nada mais é do que um zoológico aquático. Claro que para a grande maioria, é a única chance de ver orcas bem de perto, mas esquecemos de nos perguntar que custo um animal daquele porte paga para ficar ali. Muitas vezes, o custa da sanidade. Blackfish flagrou animais sendo maltratados em parques e treinadores sendo enganados e muitas vezes feridos pela má conduta dos empresários.
Outro filme que fala desse delicado – e milionário – assunto do aprisionamento e venda de golfinhos é A Enseada (The Cove) em que vemos a matança desses animais na costa do Japão, sua captura e comércio para parques em todo o mundo. E o interessante aqui é que quem vai atrás das informações para entender como funciona essa indústria clandestina é o ex-treinador do famoso golfinho Flipper, do seriado. Tudo isso depois que ele vê um dos golfinhos que fazia o Flipper morrer por causa do estresse que sofria por viver enclausurado. Vale conferir e não se iludir: animal selvagem é selvagem. Não tem como ser feliz.
Disse tudo isso para você saber que este golfinho que aparece na foto é real e este aquário é um hospital para socorrer e tratar animais acidentados, para depois soltá-los no meio ambiente. Tudo começou com primeiro Winter, O Golfinho, que contava a história deste golfinho que teve a cauda danificada e não conseguia mais se adaptar na mar. Para que voltasse a nadar, foi desenvolvida uma prótese especial e o centro tornou-se uma referência para pessoas com membros amputados e portadores de próteses. Portanto, a ideia do filme, embora tenha um tom adolescente, tem esse viés de inspiração, que realmente pode ser visitado (inclusive pela internet, pelo site você pode visitar o Clearwater Marine Aquarium).
O filme segue na mesma toada do primeiro, mas sem a novidade da prótese – que é um plus no primeiro episódio. Isso já é fato e agora o que os personagens discutem é como manter o hospital aberto diante da dificuldade de adaptação dos animais versus os interesses econômicos. Entre namoricos e briguinhas familiares, algumas cenas são interessantes como o resgate de golfinhos e tartarugas. Legal ver que é tudo real – só que aqui tem a cara de ‘sessão da tarde’, porque é esse o objetivo do filme: atrair crianças, mostrar a afetividade com os animais e gerar empatia com a causa daqueles que sofreram amputações ou problemas congênitos. Pena que só haverá cópias dubladas, o que dá uma preguiça extra de ver no cinema.
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