WALL STREET – O DINHEIRO NUNCA DORME – Wall Street – Money Never Sleeps

Cartaz do filme WALL STREET – O DINHEIRO NUNCA DORME – Wall Street – Money Never Sleeps

Opinião

 “Não se trata só do dinheiro. Estamos falando é do jogo pelo dinheiro.” Gordon Gekko, personagem de Michael Douglas

O personagem de Michael Douglas, Gordon Gekko, deu festas, esbanjou dinheiro, especulou, fraudou títulos financeiros, extorquiu e foi preso. Isso aconteceu no filme Wall Street – Poder e Cobiça, de 1987. Agora em Wall Street – O Dinheiro Nunca Dorme, Gekko é solto depois de cumprir pena e está pronto para voltar à luta.

Paralelamente a isso, corre a vida de Jake Moore (Shia Labeouf, também em Nova York, Eu Te Amo), que é jovem, inteligente e ganancioso – o perfil ideal de quem trabalha em um banco de investimentos de Wall Street. Ele é contratado para fazer apostas certeiras em mercados altamente rentáveis e não tem tempo a perder. Apadrinhado pelo dono do banco Louis Zabel (Frank Langella), faz fortuna e namora a blogueira graciosa e politicamente correta Winnie (Carey Mulligan, também em Educação), coincidentemente filha de Gekko.

Está armada a trama financeira do velho Gekko como o jovem Jake, temperada pela emoção graças à presença de Winnie, que já não se relaciona com o pai. O que se segue são encontros e desencontros pelas vielas do dinheiro e do poder. Especulações e altos lucros, boatos e derrocadas andam juntos nesse jogo financeiro que rege o mundo como o conhecemos hoje. Os personagens foram inspirados em figuras reais do mercado e as relações humanas são decididas nas salas de reunião dos poderosos de acordo só com o jogo de interesse. O mais interessante de tudo isso – além do ritmo acelerado, elegante e frenético da fotografia de Nova York e da ótima atuação do elenco – é que o grande momento do filme é justamente a crise financeira mundial de 2008, ainda bastante fresca na memória de todos nós. Dá tranquilamente para transportar a tensão, a quebradeira, a intervenção do banco central americano, o efeito dominó mostrado no filme para a realidade que vivemos há exatos dois anos. Quem não se lembra das bolhas estourando, uma após a outra, do desespero dos mercados no mundo todo, da sensação de estarmos dentro de um castelo de areia?

Aliás, Oliver Stone retrata essa sensação na bonita imagem da bolha de sabão. Usa essa figura para mostrar a fragilidade das informações, a facilidade da construção de uma realidade manipulada e a sua vulnerabilidade. Assim também são as relações humanas do filme: frágeis como bolhas de sabão, não são lá muito duradouras.

Estreia sexta-feira no cinema , dia 24 de setembro.

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