RELATOS SELVAGENS – Relatos Salvajes

Cartaz do filme RELATOS SELVAGENS – Relatos Salvajes

Opinião

Quem é que já não teve seu dia de fúria? Daqueles em que a razão desaparece, em que a raiva vem das entranhas e não há freio, nem filtro que segure. Daqueles que nem você se reconhece naquele corpo, naquelas palavras ardidas e naquelas atitudes inconsequentes.

Relatos Selvagens, o filme argentino que concorre à vaga para indicação de melhor filme estrangeiro – e tem grandes chances de conseguir entrar na seleta lista – conta seis histórias inacreditáveis e muito criativas de um desses dias decisivos. Ricardo Darín, que brilha no papel do sujeito inconformado com a burocracia e com o descaso das autoridades, faz um quadro de protesto de cidadania – algo que nos vem bem a calhar; outra história fala da intransigência  e intolerância com o outro, esbarrando no preconceito gratuito e na constante falta de respeito. Outros dois lidam com a raiva contida e com o sabor da vingança, tanto no avião, quanto no restaurante. Um deles fala da ética e da falta que ela faz, e outro ainda da dor da traição.

Cada qual tem sua tensão, sempre crescente, sempre angustiante e intensa. Histórias que não podem ser ditas de antemão, porque o meio e o fim são sempre surpreendentes e vale totalmente o seu ingresso. Todos são sentimentos humanos e mente quem diz que nunca passou por algo parecido. Por isso Relatos Selvagens é tão bom, tão genuíno, tão puro naquilo que a gente tem de mais instintivo: sobreviver. Seja a situação que for. Aproveite a viagem, porque ela começa dentro do avião e só termina com um suspiro final.

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