O JULGAMENTO DE VIVIANE AMSALEM – Gett

Cartaz do filme O JULGAMENTO DE VIVIANE AMSALEM – Gett

Opinião

Passou  no Festival de Cinema Judaico e agora entra em cartaz. O Julgamento de Viviane Amsalem foi premiado mundo afora e tem uma força ímpar tanto na narrativa em si, quanto na linguagem escolhida pra contar essa história de opressão.

Viviane é casada com Eliseu, sente-se infeliz e pede o divórcio. Ele não concorda. Ela sai de casa, contrata um advogado bastante eloquente e vai ao tribunal religioso presidido por três rabinos, que decidirão o que o casal deve fazer. Aos olhos dos religiosos, não há motivo para a separação – Viviane deve aproveitar a chance de voltar pra casa para ser uma esposa obediente e uma boa mãe. Aos olhos dela, não há nada que o desabone, é um bom sujeito. Mas o fato de estar infeliz é suficiente para querer sua liberdade.

Filme de um único cenário, o tribunal é o local onde a roupa suja é lavada – inclusive por aqueles que não têm nada a ver com a vida do casal. Já que o trio de rabinos não consegue convencer nenhuma das partes, apela para essas testemunhas que acabam fazendo dessa corte um circo. Uma tragicomédia das tradições judaicas, do machismo que domina as relações, da luta pela individualidade das mulheres. Lembra um pouco o iraniano A Separação, nesse quesito da voz masculina ser imperativa e inquestionável, mas não tem um drama pesado. É teatral; dramático, com tom pitoresco e irônico. Intenso nas atuações, faz realmente parar para pensar no absurdo da situação.

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