O JARDINEIRO FIEL – The Constant Gardener

Cartaz do filme O JARDINEIRO FIEL – The Constant Gardener

Opinião

Imperdível esta obra de Fernando Meirelles. Além da escolha assertiva de Rachel Weisz (também em Beleza Roubada) e Ralph Fiennes (também em O Paciente Inglês, A Duquesa, O Leitor, Guerra ao Terror) para os papéis principais, o roteiro é inteligente, criativo e muito envolvente.

Relembrando a história para quem esqueceu, trata-se de um suspense: sabe-se logo no começo que Tessa Quayle morre e que seu marido Justin, um diplomata britânico, fica estarrecido e resolve desvendar o crime. Intercalando flashbacks com a sua busca pela verdade, o diretor Fernando Meirelles mostra, com muita categoria, o retrato de miséria da África que serve como laboratório vivo para o teste de novos medicamentos.

É essa trama que Tessa descobre. O tema em si já é interessante, pois lida com a poderosa indústria farmacêutica que, antes de colocar no mercado medicamentos que vão render verdadeiras fortunas, usa as comunidades paupérrimas do Quênia como cobaias – afinal, segundo o raciocínio empresarial,eles já estão mesmo entre a vida e a morte. Perder alguns nessa batelada de testes não fará diferença alguma, aliás, nem se notará. Miséria humana e miséria de espírito. No caso de O Jardineiro Fiel, o remédio testado é contra a tuberculose e Tessa se dedica a denunciar a empresa farmacêutica às autoridades britânicas – muitas vezes cúmplices desse tipo de ação.

O que impressiona é o roteiro e o texto tão bem amarrados a ponto de deixar dúvidas no ar em vários momentos. Tessa, dissimulada? Você dirá. A fotografia e o enquadramento têm uma beleza especial. Parecem documentais, o que confere ao filme algo muito importante em um enredo como esse: veracidade. Isso ajuda a parar para refletir sobre o monopólio das grandes empresas, sobre a contínua manipulação dessas populações famintas e doentes, sobre a ganância humana.

Trailers

Comentários