O HOMEM QUE MUDOU O JOGO – Moneyball

Cartaz do filme O HOMEM QUE MUDOU O JOGO – Moneyball
Direção:
Ano de lançamento:
Gênero:
Estado de espírito:
Duração:

Opinião

“Seu objetivo não deveria ser comprar jogadores, mas sim comprar vitórias. E para comprar vitórias, precisa comprar quem marca ponto.”

Peter Brand

Sinceramente? Não entendo nada de beisebol. Talvez seja porque não vejo graça na dinâmica do jogo e, logicamente, porque nunca me interessei por aprender suas regras e macetes. E tem o agravante de o esporte não fazer parte da cultura brasileira – o que o torna ainda mais distante. Mas independente de qualquer preferência ou circunstância, fato é que essa informação bastante pessoal só interessa a você por causa do seguinte: O Homem que Mudou o Jogo não é sobre beisebol. É sobre a maneira com que o dinheiro rege os esportes hoje em dia. Poderia ser o futebol (e como!), golfe, automobilismo e tantos outros.

Portanto, se tiver curiosidade pelo assunto, não se acanhe se for parecido comigo nesse ponto. Alguns jogos acontecem, é verdade, mas o enfoque não são as partidas. Com seis indicações ao Oscar entre elas melhor filme, ator, ator coadjuvante (Johan Hill), o filme fala essencialmente da dificuldade de lidar com a falta de dinheiro, quando é ele que manda e desmanda no mundo do esporte. Na pele de Brad Pitt (também em Onze Homens e Um SegredoA Árvore da VidaBastardos InglóriosBabelQueime Depois de Ler) – que aliás está muito firme no papel – o ex-jogador Billy Beane é gerente do time de beisebol Oakland Athletics, que anda sem caixa. A cada começo de temporada, ele tem que contratar novos jogadores, mas o valor exorbitante que o mercado paga pelos grandes nomes é algo fora da sua realidade.

Sem saída e totalmente na contramão de todas as opiniões da equipe técnica, entre eles o próprio treinador Art Howe (Philip Seymour Hoffman, também em Tudo pelo PoderMagnóliaFelicidadeDúvida), resolve adotar uma política de seleção nada comum. Contrata o jovem economista Peter Brand (Jonah Hill, também em Cyrus) para ajudá-lo a escolher os jogadores com base em estatísticas feitas pelos computadores: quem tivesse mais índices de acertos seria contratado – o que gera muita controvérsia e dúvida quanto à eficácia da estratégia.

Embora eu tenha ficado por fora em alguns momentos, por causa da terminologia dos lances e posições do jogo, o interessante no filme é o personagem de Brad Pitt. Baseado numa história real, ele foi um promissor jogador na juventude, que teve de optar entre aceitar uma bolsa na universidade ou embolsar um bom dinheiro para se dedicar ao time, que lida com a sensação de derrota também no campo emocional por causa do divórcio e da relação distante com a filha. Quase sem saída, precisa agora reinventar outra maneira de lutar, para tentar vencer e recuperar sua autoestima e seu prestígio no meio esportivo. Baseado no livro Moneyball: A Arte de Vencer um Jogo Injusto (tradução livre, livro inédito no Brasil), de Michael Lewisreflete essa tendência geral de o esporte ser direcionado pelos cifrões. Bem pensado, ótimo título.

Nos cinemas: 17 de fevereiro

Trailers

Comentários