O HOMEM DA MÁFIA – Killing Them Softly

Cartaz do filme O HOMEM DA MÁFIA – Killing Them Softly
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Opinião

Com o é possível dizer que alguém vai matar outro alguém suavemente? Paradoxo. Matar está recheado única e exclusivamente de crueldade e tudo mais que você possa encontrar de sinônimos e palavras correlatas. Impossível associar a palavra “suave”.  Killing Them Softly, título original, é bem escolhido em toda a sua magnitude maligna. Mata-se, mas há resquícios de piedade, compaixão, compreensão. Por isso, pelos critérios mafiosos, alguns têm o direito de morrer sem sofrer tanto assim.

Eu não ia falar, mas para bons entendedores já falei. Uma pena esta tradução brasileira. O Homem da Máfia fica só na rebarba da nuance do “matar suavemente”. A crueldade de Jackie, personagem de Brad Pitt, está muito além do fato de ele pertencer à máfia. É o vingador, o mafioso, o justiceiro, aquele que coloca ordem na casa, manda soltar e prender, mas principalmente é aquele que tem absoluta noção de que está no comando de uma máquina de fazer dinheiro. Os Estados Unidos não são um país, mas sim um negócio, diz ele. Como qualquer outro, diga-se de passagem. Enquanto o cerco aperta para o lado dos bandidos amadores que assaltam um jogo de pôquer clandestino e desestabilizam o universo mafioso de Boston, vemos na televisão o discurso dos governantes tentando consertar o estrago na economia na crise de 2008. Cada um tenta consertar sua encrenca como pode.

O filme de Andrew Dominik, que conta ainda com ótimo elenco, entre eles Ray Liotta e Richard Jenkins, lembra o estilo Tarantino (como Bastardos Inglórios) de fazer thrillers. Irônico, seco. Algumas cenas de violência que têm uma cinematografia incrível, como a bala que atinge o alvo em câmera lenta – vale a pena reparar. Mas é preciso estar disposto a ver violência nua e crua, e navegar por esse mundo implacável do salve-se quem puder. Não tem emoção. Fico embrulhada com tanto sangue, mas quando é bem feito, vale o ingresso.

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