DIÁRIO DE UMA CAMAREIRA – Journal d’une Femme de Chambre

Cartaz do filme DIÁRIO DE UMA CAMAREIRA – Journal d’une Femme de Chambre

Opinião

Benoît Jacquot também dirigiu Adeus, Minha Rainha, que também tem no elenco Léa Seydoux. Filme de época bem bonito, pouco óbvio, com uma pitada interssante de suspense. Parece uma fórmula que se repete aqui – mas nem por isso Diário de uma Camareira é menos especial. O filme se repete nesse quisito da forma, mas não do conteúdo: tem uma bela história, personagens complexos e intrigantes, uma questão social de queda de braço e jogo de poder, e um final perdido nas brumas.

Adoro filme que convida o espectador a participar do desfecho, a imaginar o que vem depois que os créditos rolam na telona. A camareira vivida pela bela Léa (também em Azul é a Cor Mais Quente, Grand Central) tem sua trajetória  passada como empregada contadas em flashback, mas é a presente que mais prende e mais dá margem à imaginação. Sedutora e manipuladora, apaixona-se pelo caseiro da mansão onde trabalha, de forma velada. Sua atuação sugere (inclusive com a voz em off), mas não entrega o ouro para o espectador, que fica imaginando do que é que aquela personagem seria capaz.

Numa linda reconstituição das casas, dos figurinos, das relações entre patrões e empregsdos na França do século 19, Diário de uma Camareira é essencialmente focado no limite do ser humano. Ou na falta dele quando se fala em amor. Até aonde Célestine seria capaz de ir por Joseph (Vincent Lindon, também em Bem-Vindo, Mademoiselle Chambon)? O céu é o limite, a não ser que você tenha alguma outra sugestão.

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