JOGO DO DINHEIRO – Money Monster

Opinião
Julia Roberts, George Clooney e Jodie Foster passaram por Cannes semana passada para apresentar Jogo do Dinheiro. Na entrevista coletiva, a diretora Jodie Foster diz que o filme fala de dinheiro, o assunto preferido em Cannes(!), da mídia e da tecnologia. Embora ele tenha todos esses aspectos fortes da vida moderna, ela confessa: “De tudo no filme, meus preferidos são os personagens e a dinâmica entre eles”.
É verdade. George e Julia têm química e embalam o espectador na história do debochado (e até patético) apresentador do programa de televisão Money Monster, que pilota um quadro popular sobre finanças, sente-se o dono do mundo, até que um maluco invade o estúdio e o faz refém enquanto o programa está no ar. Ao vivo, a produtora Patty (Julia Roberts, também em Álbum de Família e Closer – Perto Demais) tem que dirigir o drama de Lee Gates (Clooney, também em Gravidade e Os Descendentes), que fica sob tensão até o desfecho.
“O sequestrador Kyle nada mais é do que um representante da população, que fica à mercê do sistema financeiro criado pelo mercado, com a conivência de todos nós”, diz Judie Foster. E tem também o questionamento sobre a tecnologia, que inunda nossa vida de facilidades, mas abusa desse poder todo. Jodie Foster (também diretora em Um Novo Despertar) faz um filme sobre mídia e celebridades, e com isso atinge um grande público. Mas deixa nas entrelinhas, pra quem quiser ler, ironias e sutilezas sobre exposição pessoal, fama, dinheiro e relacionamento. Acaba humanizando as relações, em tempos de vidas pilotadas por comandos eletrônicos.
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