FELICIDADE – Glück (Mostra de Cinema SP)

Cartaz do filme FELICIDADE – Glück (Mostra de Cinema SP)

Opinião

O primeiro filme que vi com a atriz italiana Alba Rohrwacher me impressionou pela força que ela coloca no texto e na interpretação. O italiano Que Mais Posso Querer, uma história de amor que lembra o filme publicado antes deste, Entre o Amor e a Paixão, é forte porque tem Alba. Em seguida vi Um Sonho de Amor, lembrei que ela também está em Caos CalmoMeu Irmão é Filho Único, Irmãs Jamais E mais, está também em outro filme da Mostra deste ano, A Bela que Dorme, de Marco Bellocchio. Agora de novo, é ela quem dá o tom de Felicidade, da diretora Doris Dörrie, a mesma do lindo Hanami – Cerejeiras em Flor, exibido na Mostra do ano passado.

Enquanto em Cerejeiras em Flor Doris Dörrie toca na questão do amor perpetuado, encontrado em suas diferentes formas, em Felicidade ela fala da ruptura brusca e violenta do estado de realização para a busca traumática e retomada quase impossível do estado pleno, amoroso e tranquilo. Irina (Alba Rohrwacher) é extremamente feliz com sua família na Macedônia, até que tudo é destruído durante a Guerra dos Bálcãs. Refugia-se em Berlim, onde passa a trabalhar como prostituta, sua única maneira de seguir vivendo e convivendo com seus traumas e solidão. Kalle (Vinzenz Kiefer) aparece na sua vida por acaso, tão errante e abandonado de alma quanto ela.

Não vou me alongar muito descrevendo o que acontece no filme, mesmo porque os fatores surpresa são incríveis e o desfecho é  realmente muito tocante. Andei lendo por aí algumas resenhas que revelam parte daquilo que dá brilho e originalidade ao roteiro. Eu assisti ao filme sem saber detalhe algum, por isso prefiro que você veja e deixe o sentimento brotar, como foi para mim. Brota naturalmente. Irina e Kalle passam por situações de entrega, desespero e quase desesperança, que fazem parte dessa construção do amor que Doris Dörrie propõe.

Sai do filme realmente tocada. Vale conferir, sentir a intensidade e complexidade da busca dos personagens pela identidade, pela nacionalidade, pelo amor próprio perdido no passado. Resgatado com uma instintiva prova de amor.

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