COCO CHANEL & IGOR STRAVINSKY

Cartaz do filme COCO CHANEL & IGOR STRAVINSKY

Opinião

Parece que virou moda falar de Coco Chanel. Depois de Coco antes de Chanel, que o nome já denuncia tratar-se da vida da estilista antes de ela ficar famosa, Coco Chanel & Igor Stravinsky mostra Gabrielle já rica e conhecida, tendo como pano de fundo o romance com o compositor, maestro e pianista russo, Stravinsky, que fugira do seu país com a família após a revolução de 1917.

Independente de ser moda falar de Chanel, o filme, selecionado para o encerramento do Festival de Cannes, esbanja figurinos inovadores para a época e logicamente eternos, considerando a sua atualidade e elegância ainda nos dias de hoje. Inclusive quem faz o papel da estilista é a bela modelo e atriz francesa Anna Mouglalis, uma espécie de embaixadora da casa Chanel. Boa escolha, afinal o que ela mais transparece no filme é elegância, confiança e postura de mulher que sabe aonde quer chegar. É inclusive nessa época que ela cria, com a exigência digna de alguém que vive quebrando paradigmas, o perfume Chanel nº5 – ainda o mais vendido no mundo.

Não diria o mesmo da sua vida afetiva. O romance com Stravinsky (Mads Mikkelsen, também em Depois do Casamento) é instável e perturbador, reforçado pelo estilo rígido e pouco afável de Mads Mikkelsen – o que gera alguns momentos lentos e monótonos no filme. Quem cativa é realmente Chanel e todo seu senso de estética impecável (no vestuário, na decoração da casa, no andar, no falar), sua frieza e objetividade no campo sentimental e sua profunda solidão. No fim das contas, ambos estão em uma fase altamente produtiva de suas profissões: ela revoluciona a moda, ele a música clássica. Mas a sintonia no amor, com a bela música russa de fundo, não parece ser tão glamurosa assim.

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