CIGANOS DA CIAMBRA – A Ciambra

Cartaz do filme CIGANOS DA CIAMBRA – A Ciambra

Opinião

Ciganos da Ciambra é um rito de iniciação. Real demais da conta, a ponto de arrepiar. Pio tem 14 anos, está prestes a passar da adolescência pra fase jovem-adulta e tem que escolher. O que bate à sua porta, na comunidade cigana da Calábria, é o fumo, a bebida, a marginalidade, a família reunida em volta de quem manda. O que toca o seu coração é a amizade inesperada de refugiados africanos, que também párias da sociedade, procuram um jeito de sobreviver.

Cada um do seu jeito, Ciganos da Ciambra tem um olhar muito realista sobre a dinâmica de sobrevivência das comunidades que se formam à margem do comércio formal, das relações aceitas e das estruturas econômicas dominantes. Pio transita entre “ser homem”, inserir-se e assumir uma posição no jogo já orquestrado entre irmãos e primos, no sistema patriarcal dos ciganos. E oscila entre o afetivo contato de amizade com um diferente dos seus.

O neorealismo do diretor Jonas Carpignano está marcado pela escolha de atores amadores, que praticamente fazem o papel deles mesmos. A começar pelo protagonista Pio. E não tem jeito – esse retrato do lado marginal que mora ao lado é sempre avassalador. De tão perto que está. E tão longe de fazer parte.

 

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