A JANELA DA FRENTE – La Finestra di Fronte

Cartaz do filme A JANELA DA FRENTE – La Finestra di Fronte

Opinião

“Não se contente em sobreviver.”

Com essa frase um senhor misterioso começa a mudar a vida de um casal que entrou no estágio de acomodação e irritação do casamento. Mas essa união tem dois filhos, problemas financeiros e principalmente nenhuma realização pessoal que tivesse o poder de mudar a dinâmica da vida a dois.

Quando aparece esse senhor, acho interessante o fato de ele ter perdido a memória. Pouco importa quem ele é, fato é que me pareceu um sinal, um alerta, que poderia ser personificado de outras maneiras. Quando ele entra nessa vida que já não tem a harmonia de antes, a bela Giovanna (Giovanna Mezzogiorno, também em Vincere) já começa a se interessar pelo homem da janela da frente (Raoul Bova), pelo menos com curiosidade e a sensação de que a grama do vizinho seria mais verde. Sua vida fazendo o que não gosta vai tirando o brilho de uma relação que acontece quase que por obrigação.

Gosto da sutileza deste filme, da sutileza com que os diálogos são colocados para pontuar a necessidade mudança, de mudança consistente, de busca pela vida e não pela sobrevida. É como se tudo viesse da voz da experiência, de uma voz sem rosto, sem memória, mas com a certeza do que diz. Da voz que diz ser bonito um amor crescer e ter o poder de transformar paixão em amor. Como um sinal. Percebê-lo é a parte mais difícil.

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