7 DIAS EM HAVANA – 7 Días en La Habana
Opinião
Sete dias em Havana, sete histórias, sete diretores com olhares diferentes. Adoro filmes assim. Um mesmo objeto, visões distintas. Tem um toque diferente e cada diretor teve carta branca para brincar com esse objeto tão rico que são Cuba, cubanos, migração, situação econômica, cultura, música. Mas alguns personagens são em comum, o que faz um elo entre esses olhares e dá uma unicidade bonita ao filme. Há projetos semelhantes como o Cities of Love (Paris, Eu Te Amo, New York, Eu Te Amo – que terá também Rio, Jerusalém e Xangai), 11 de Setembro, Cada Um Com Seu Cinema.
Claro que também, num caso destes, fica fácil eleger o episódio mais ou menos agradável, já que cada diretor tem uma maneira de ver a realidade cubana. Gosto da visão do argentino Pablo Trapero (Abutres, Leonera, Familia Rodante), que faz um lindo e divertido episódio sobre música, solidão, celebridade às avessas; já o cubano Juan Carlos Tabío ressalta a dificuldade de sobrevivência dos cubanos diante de todas as restrições da ilha, através de um casal que precisa fazer doces para reforçar o orçamento. O espanhol Julio Medem vem a história de Cecília, que canta e tem oportunidade de fazer carreira fora do país (lembra a animação Chico e Rita); e o ator e diretor Benicio del Toro conta uma divertida história sobre diferenças culturais entre americanos e cubanos. São episódios que valem a pena você se deixar levar pelo clima da ilha.
Recentemente um decreto do governo mudou as regras para emissão de vistos para cubanos que pretendem sair da ilha. Tudo teoria. Na prática a proibição absurda continua e nada muda. 7 Dias em Havana dá uma pincelada ora divertida, ora irônica sobre a realidade na ilha, e é uma maneira de entrarmos um pouco nesse universo tão particular.
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