FOGO NO MAR – FUOCCOAMMARE

Cartaz do filme FOGO NO MAR – FUOCCOAMMARE

Opinião

Urgência é uma palavra que vem junto de documentário. Se não há nada há dizer, não há razão de existir. Imagine a Europa que recebe refugiados que correm perigo em países em guerra, que são perseguidos por regimes nefastos, que fogem da miséria, da violência, da fome, da destruição. Pessoas em busca não de uma vida melhor, mas de uma vida simplesmente.
Urgente pensar no assunto. Gianfranco Rosi pensou, filmou e foi premiado por Fuocoammare em Berlim. Venceu o Urso de Ouro e foi merecido. Rosi mostra o problema sob um prisma diferente daquele dos noticiários em termos de imagem, mas não sem drama; faz um paralelo entre uma vida mansa, com suas questões corriqueiras, e a sobrevida de quem vive por pouco, aos poucos e com muito pouco. Tem um toque de sabedoria, como se quisesse dizer ao mundo: coloquem seus problemas nas devidas prateleiras, porque para uma parcela realmente infeliz da humanidade, a vida não acontece.
Fogo no Mar conta a história dos milhares de refugiados que tentam desembarcar na Europa, vindos da África e Oriente Médio. Até chegar lá, cruzam países inteiros, perdem membros da família, deixam tudo para trás, simplesmente porque o instinto de sobrevivência é instintivo literalmente. Na maioria das vezes, não têm por que, para que, por quem lutar. E muitas vezes morrem no Mar Mediterrâneo, ficam à deriva ou pedem socorro em alguma ilha. Lampedusa, na Sicília, recebe refugiados desde 1991 e foi ali que Rosi registrou esse contraste da vida e da não-vida. Os depoimentos dos imigrantes são emocionantes e a rotina do garoto que mora na pacata ilha é um sopro de esperança.

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