A MARCA DO MEDO – The Quiet Ones
Opinião
Quem é que foi adolescente e não fez a brincadeira do copo? Aquilo deixava a gente apavorado e era quase que um atrativo natural para barulhos estranhos, ventos repentinos, arrepios horripilantes que aconteciam. Justamente na hora em que invocávamos o “espírito” que estivesse presente na sala e que pudesse movimentar o copo, dando o ar da graça.
Brincadeiras à parte, lembrei disso porque o filme A Marca do Medo passa por esse processo. Estamos em 1974, em Londres, quando os cientistas das universidades começam a se interessar por poderes paranormais. São montados grupos de estudos para tentar entender como e por que esses fenômenos são possíveis. Bastante convincente de que precisava observar de perto, e de forma reservada, a menina Jane, que tem poderes estranhos, atitudes perturbadoras e parece estar possuída, professor Joseph Coupland monta um grupo de estudo para tentar explicar sua tese e apresentá-la aos docentes. Também é recrutado o jovem fotógrafo, que filma tudo o que acontece, como forma de comprovação científica e material de estudo.
Parece que o filme é baseado em fatos e materiais realmente coletados desta experiência – que termina por ser aterrorizante. Pouco importa – ou, a essa altura – pouco se conseguiria provar da veracidade ou não do que se vê na tela. O que importa é que o A Marca do Medo vai ganhando em suspense, vai crescendo na ambientação sombria – aliás, visual bem construído – e vai envolvendo o espectador. E envolve.
Adolescente adora ver filme de terror, sentir medo e coisa e tal. Então que veja filme bem feito. Disse isso outro dia sobre Ilha do Medo, que é suspense de qualidade. Não estamos na mesma prateleira com A Marca do Medo, claro. Mas guardadas as devidas proporções (afinal, estamos falando de um Scorsese) e considerando a quantidade de porcaria desse gênero lançado no mercado, eu bem que diria pro meu filho de 15 anos se “divertir” com a maluca da Jane. Só de pensar, já começaria a suar frio. Literalmente.
Comentários