WASP NETWORK

Cartaz do filme WASP NETWORK

Opinião

Suzana Vidigal, para a 43ª Mostra SP

René González vive em Havana com a mulher e a filha, sai pra trabalhar como todo dia, rouba um avião, pousa em Miami e não volta mais. Assim como ele, outros tantos cubanos se fixaram na Flórida pra fugir da pobreza e do comunismo – alguns foram com segundas intenções. WASP Network é justamente a rede de espiões cubanos financiados por Fidel Castro para se infiltrar nos grupos anti-castristas em Miami. Eram contratados para monitorar a ação desses grupos e impedir que colocassem em prática atentados terroristas em Havana, nos anos 1990.

Baseado no livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria, de Fernando Morais, o diretor francês Olivier Assayas (também em Vidas Duplas e Personal Shopper) conta a história de cinco espiões que tentaram impedir que os ataques terroristas à infraestrutura turística de Cuba fragilizasse o governo. É um thriller, mas sem brilho. Tem espiões na mira da CIA, aviões, tráfico de drogas, drama familiar, uma história interessante e um elenco estrelado – Penélope Cruz, Wagner Moura, Gael García Bernal, Édgar Ramírez e Leonardo Sbaraglia -, mas não decola. WASP Network soa como déjà vu. Um roteiro previsível, morno demais, para um filme de espionagem  – parece até Feito na América, com Tom Cruise.

Melhor coisa do filme: atores de língua espanhola falando espanhol em Cuba. Aquela história de contar um conto sobre a América Latina em inglês é muito preguiçosa. Nesse quesito, Assayas dá uma bola dentro.

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