VULCÕES: A TRAGÉDIA DE KATIA E MAURICE KRAFFT – FIRE OF LOVE

Opinião
Não há outro título cabível para este filme além de FIRE OF LOVE. Por que raios as distribuidoras subestimam o espectador? Traduzido como VULCÕES: A TRAGÉDIA DE KATIA E MAURICE KRAFFT este precioso documentário se reduz ao evento que matou os vulcanólogos mais ousados do planeta em 1991. Formavam um casal que não se contentava em saber tudo sobre todos os vulcões da face da Terra. Eles desejavam — e fizeram deste desejo o mote de sua vida — vivenciá-los.
Por ‘vivenciar vulcões’ entenda-se algo como vê-los entrar em erupção bem de perto. Katia e Maurice Krafft eram franceses e passaram a vida juntos estudando, observando, sentindo, aventurando-se e arriscando-se aos pés e nas crateras dos vulcões, onde quer que fosse, sem perder um detalhe sequer. Não havia empecilho: embarcavam para os cinco continentes para registrar em foto e vídeo o que viam e sentiam. Seus registros viravam livros e filmes que ficaram para a posteridade.
Este documentário faz um apanhado de alguns das centenas de horas de gravação e das milhares de fotos feitas durante os anos em que se dedicaram inteiramente à pesquisa e à realização de um sonho: desenvolver um mecanismo de alerta para evacuação das pessoas ao redor, quando um vulcão entrasse em erupção. Vulcões são fascinantes, mas o desejo era de que eles não matassem mais ninguém.
O fato é que eles acabam sendo pegos pela fúria do Monte Uzen, no Japão. Mas é preciso dizer que este doc, lindamente produzido pela National Geographic e narrado pela atriz e diretora Miranda July, não é sobre a morte. É sobre a natureza deste amor, que se nutria do fogo vulcânico, da sua massa cinzenta e do seu vermelho ardente, e que produziu imagens simplesmente sensacionais. “Fogo de Amor” ou “Um Amor Ardente” seriam opções de título com o calor que este belíssimo documentário merece.
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