VIVA A FRANÇA! – En Mai, Fais Ce Qu’il Plaît

Cartaz do filme VIVA A FRANÇA! – En Mai, Fais Ce Qu’il Plaît

Opinião

Nenhuma situação tem um lado só. Ainda mais uma guerra. Ainda mais a Segunda Guerra Mundial. Além de muitos pontos de vista, são muitos os olhares. Não se fala nos judeus – aliás, que outro filme retrata esse conflito e não cita o holocausto? Não me lembro. O olhar é fechado nas pessoas comuns de um vilarejo, que precisam fugir dos alemães que avançam pela França, largam tudo para se salvar e lidam com sentimentos inesperados de afeto e compaixão. A escala é menor desse êxodo, algo figurativo. Parece espelhando do êxodo europeu atual. Interessante por esse lado.

Mesmo no meio do caos. Tem cenas de guerra, mas são os diálogos que deixam algo um pouco mais reflexivo. A procura pelo filho, a busca pela união da comunidade, a construção do afeto, a saída da zona de conforto – embora não houvesse conforto algum, diante da opção do amor maternal, corre-se qualquer risco. Mesmo que não tenha nada de original, o enredo conta uma história do ponto de vista, em grande parte, de um garoto alemão de oito anos. Embora lembre, não tem a delicadeza do italiano  A Vida é Bela. Os personagens são planos demais pra isso.

Viva A França! tem um título original curioso: Em maio, faça o que te dá prazer, numa tradução literal. Em maio de 1940, a Alemanha invade a França, então faça o que bem entender da vida. Não tem aquele tom de realidade, guerra de verdade. Nem é a intenção. Tem uma tentativa de “poesia às avessas”, a construção do vínculo afetivo em meio ao caos, ao som da filha de Ennio Marricone, também de Cinema Paradiso. De novo não se compara com o mais este filme italiano. Mas é bonita. Ela dá o tom do melodrama, que tem, claramente, a intenção de ser assim, conduzido pelas emoções dos personagens, principalmente quando se trata do olhar infantil e inocente.

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