VIVA A FRANÇA! – En Mai, Fais Ce Qu’il Plaît
Opinião
Nenhuma situação tem um lado só. Ainda mais uma guerra. Ainda mais a Segunda Guerra Mundial. Além de muitos pontos de vista, são muitos os olhares. Não se fala nos judeus – aliás, que outro filme retrata esse conflito e não cita o holocausto? Não me lembro. O olhar é fechado nas pessoas comuns de um vilarejo, que precisam fugir dos alemães que avançam pela França, largam tudo para se salvar e lidam com sentimentos inesperados de afeto e compaixão. A escala é menor desse êxodo, algo figurativo. Parece espelhando do êxodo europeu atual. Interessante por esse lado.
Mesmo no meio do caos. Tem cenas de guerra, mas são os diálogos que deixam algo um pouco mais reflexivo. A procura pelo filho, a busca pela união da comunidade, a construção do afeto, a saída da zona de conforto – embora não houvesse conforto algum, diante da opção do amor maternal, corre-se qualquer risco. Mesmo que não tenha nada de original, o enredo conta uma história do ponto de vista, em grande parte, de um garoto alemão de oito anos. Embora lembre, não tem a delicadeza do italiano A Vida é Bela. Os personagens são planos demais pra isso.
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