TIM LOPES – HISTÓRIA DE ARCANJO

Cartaz do filme TIM LOPES – HISTÓRIA DE ARCANJO
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Opinião

O jornalista Tim Lopes foi assassinado no Complexo do Alemão, no Rio, em 2002. Motivo? Descobriu coisas demais. Era repórter investigativo da Rede Globo, que se misturava ao ambiente que queria desvendar. Assumia diversas identidades, como a de operário para investigar a construção da Linha Vermelha, infiltrava-se nos bailes funks para denunciar o tráfico de drogas e a prostituição infantil. Foi pego e brutalmente morto. Quem dirige o documentário é seu colega de trabalho e amigo Guilherme Azevedo, amparado pelo roteiro e pela emoção do filho de Tim, Bruno Quintella.

História de Arcanjo – seu nome de batismo – é um relato contundente, com depoimentos de amigos e profissionais, que traçam o perfil de um sujeito destemido sim, mas sobretudo corajoso – o que é diferente. Tim escolhia suas reportagens para denunciar o descaso, o desfavorecimento, a injustiça, a violência, as mazelas humanas. E para isso, o preço da exposição era alto.

Lembro bem do caso, noticiado exaustivamente na mídia, pela crueldade e importância. E pela ditadura do poder que não conhece lei, da proibição de ir e vir, da falta de liberdade de expressão. Sem ser um melodrama – pelo contrário, Quintella tem uma postura profissional e informativa, embora não esconda sua emoção – é um importante registro do mundo cão, do descaso das autoridades e do caminho sem volta em que nos meteram.

Dá raiva. E emociona também. Tim Lopes é retratado por imagens, reportagens e depoimentos como um homem humilde, simpático, humano e justo. Além de seu jornalismo ter feito diferença, pareceu-me um sujeito como poucos, que têm a audácia de se arriscar. Devia ser por vocação, como é o caso daqueles jornalistas que se arriscam em zonas de guerras e conflitos e também não conseguem mudar o mundo.

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