TEATRO – TRÊS DIAS DE CHUVA

Cartaz do filme TEATRO – TRÊS DIAS DE CHUVA
Estado de espírito:

Opinião

Falar em três dias de chuva só faz sentido no final da peça. Assim como o primeiro ato também só se explica no segundo. Sem que para isso a gente tenha que fazer grandes malabarismos ou elaborar muita coisa, a peça dirigida por Jô Soares é leve e agradável de assistir. Digo isso logo de cara porque, apesar de dizerem por aí que o diretor ignorou alguns aspectos importantes do texto original, isso pouco importa para quem está buscando uma produção de qualidade, que renda algumas risadas e tenha um texto inteligente.

Adaptada do texto do americano Richard Greenberg, de 1997, que lhe rendeu uma indicação ao Pulitzer, Três Dias de Chuva tem Carolina Ferraz no papel que já foi da atriz Julia Roberts quando a peça foi encenada em Nova York. No primeiro ato, ela é certinha Anna, irmã do inconstante Walker (Otávio Martins). Sem manter muito contato,  que se encontram de vez enquanto para acertar assuntos familiares. Desta vez, precisam se reunir com  Pip (Petrônio Gontijo), filho do ex-sócio do pai, para ler o testamento e saber quem ficou com o que da herança. Isso tudo em 1995. Mas só no segundo ato, quando voltamos para 1960, que entendemos a relação entre os pais arquitetos, como construíram a carreira e como a vida familiar ficou confusa.

No cenário charmoso de um loft nova-iorquino, Três Dias de Chuva é um programa agradável. Rende um boa conversa depois, principalmente sobre essa mania que temos de julgar as gerações passadas e cair nas mesmas armadilhas que tanto criticamos.

Dica extra, em tempo: o teatro é lindo e confortável, mas a fila que se forma depois do espetáculo para pagar o estacionamento é surreal. Pague antes e saia mais tranquilo.

 

PROGRAME-SE: horários e preços no site do Teatro Raul Cortez | temporada até 16 de dezembro

 

Comentários