SOBRE AMORES E VIAGENS – L’estate Addosso

Cartaz do filme SOBRE AMORES E VIAGENS – L’estate Addosso

Opinião

Tem uma lista aqui no blog só de road movies. Todos transformadores. Em breve embarco em um desses. Na vida real. Planos feitos, mochila comprada, alma nutrida, pés preparados. Transforma porque percorre. E dá tempo de andar pelos caminhos, de carro, moto, bicicleta, a pé, e observar. O caminho, os passos, o vento, a chuva, a fome, o cansaço, os encontros, os reencontros, os desencontros, os amores, a viagem. A trajetória. Metáfora da vida, os road movies.

Sobre Amores e Viagens é mais inconsciente do que isso – os anos transformam nossos road movies particulares em divisores de águas. Jovens, não temos consciência disso – assim comoMaria, Marco, Matt e Paul. Simplesmente embarcamos, andamos, viajamos, caminhamos. A gente se joga e vai. Quem não foi? Eu fui, por um ano, me lembro, já faz quase 30. E tudo mudou, mas a gente percebe depois.

Maria e Marco são italianos, estudam juntos, mas implicam um com o outro. Marco quer ir pra São Francisco, Maria se mete na sua viagem de gaiato, são recebidos por Matt e Paul, um casal gay que, à primeira vista, causa um certo frisson na recatada Maria. Mas o jogo muda, Maria se solta, todos se apaixonam pela aventura de “serem amigos para sempre, mesmo com um oceano entre eles” e as diferenças caem por terra como acontece nessas viagens. E caem mesmo, o que conta é o momento presente.

Cheio de alegria juvenil, de espontaneidade e de sentimentos à flor da pele, o filme traz a pegada do célebre “amor de verão”. Ele acontece, mas não é a vida real.  Mesmo que passe pra Maria, Marco, Matt e Paul, a experiência é, pelo menos, uma boa lembrança. Gosto do título em português: há amores que só viagens proporcionam mesmo. São recortes, não dá pra costurar na vida como ela é.

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