PIAF, UM HINO AO AMOR – La Môme

Cartaz do filme PIAF, UM HINO AO AMOR – La Môme

Opinião

Quando penso na vida de Édith Piaf (1915-63) com tantas as dores, frustrações amorosas e tragédias, fica difícil não relacionar com a trajetória de outras divas da música que também tiveram vidas parecidas com uma montanha-russa. As brasileiras Maysa e Elis Regina abusaram das drogas, do álcool e das intempéries do amor e puseram tudo a perder; a fadista Amália Rodrigues teve uma vida cheia de desencontros amorosos. É quem me vem à cabeça de imediato. Todas se tornaram ícones de uma época, de uma cultura, de um país, mas tiveram uma vida instável e tumultuada demais. Edith Piaf não foge à regra e conquista, não só  a França, como todo o mundo.

Apelidada de “pequeno pardal” (la môme piaf) pelo dono do cabaré que descobriu seu talento, Edith teve uma infância sofrida, de mãe ausente e pai circense-aventureiro, teve de cantar nas ruas de Paris para comprar comida, até terminar nos palcos do mundo todo. Mas nada veio de graça. Com saúde frágil, Edith é frágil também emocionalmente e vive um verdadeiro turbilhão amoroso que a gente chega a sentir mesmo a sua dor.

Isso é mérito da atriz Marion Cotillard (também em Meia-Noite em Paris, Nine), que está praticamente irreconhecível, tamanha é a sua entrega ao personagem. Faturou o Oscar, o Cesar e o Globo de Ouro de melhor atriz pelo papel. Impecável. Além de toda a ambientação de época (Piaf viveu de 1915 a 1963), vale a pena conferir a música, os trejeitos, o começo e o triste fim de Edith Piaf. Na canção Je ne regrette rien, ela diz não se arrepender de nada que fez. Ainda bem, mesmo porque, pelo que é mostrado de sua vida, as grandes tristezas não foram fruto de suas escolhas. Parece que era para ser assim mesmo.

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