OS FALSÁRIOS – The Counterfeiters

Cartaz do filme OS FALSÁRIOS – The Counterfeiters
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Opinião

Você sabia desta história dos falsificadores de dinheiro? Eu não tinha ideia. Também nunca parei para pensar sobre o assunto. Quando se trata de Holocausto, já esperamos um contexto conhecido, dos horrores dos campos, do trabalho braçal etc. Os Falsários mostra uma faceta bem diferente de como os nazistas tiraram proveito das habilidades profissionais dos judeus encarcerados em campos de concentração, dando a eles, em troca, regalias como comida e cama macia. Como se isso fosse regalia… mas, os tempos eram outros.

O interessante aqui é que estamos falando de uma habilidade específica, a de falsificar dinheiro, dólares e libras esterlinas. Na Berlim antes da guerra, o judeu Salomon Sorowitsch (Karl Markovics) é um famoso falsificador de tudo, desde dinheiro a passaportes e garante uma vida fácil com isso. Até ser preso pelos nazistas, deportado para um campo de concentração e transferido para uma missão especial. Chamada Operação Bernhard, ele dirigia uma equipe de prisioneiros especialistas em gráfica, tipografia e tudo mais que possa interessar a um laboratório de falsificação. Bem alimentados, bem vestidos e relativamente bem atendidos – considerando os horrores dos campos – esse grupo persegue a falsificação perfeita do dinheiro, que iria sustentar a economia alemã, reforçar os cofres nazistas e financiar a guerra.

Esse é o panorama. O conflito moral, porém, vai mais além. Para uns, fazia-se qualquer negócio para ter o que comer, onde dormir e não morrer; para outros, ter tais regalias não era algo justo com os outros milhares de judeus famintos do campo, do outro lado do muro.

Vale qualquer coisa para não morrer? A lei do salve-se quem puder é mais forte do que a ideologia, do que dar a vida pelo outro e morrer por uma causa? Colaborar e ter a chance de não morrer, ou não colaborar e morrer, essa é a grande questão. Fiquei sabendo depois e aproveito para adiantar o seu expediente: Burger, personagem que contesta o esquema e o sabota para não colaborar com os nazistas, sobrevive, publica um livro contando os meandros dessa operação que serve de base para o roteiro do filme. Embora não seja um documentário, muitas vezes parece. A tomada de câmera é diferente, parece às vezes caseira. Proposital. Para sabermos que foi real mesmo. Vale a pena. Não dá para desgrudar o olho da tela.

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