OS 33 – The 33

Cartaz do filme OS 33 – The 33
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Opinião

Quem não se lembra improvável resgate aos 33 mineiros, que ficaram 69 dias presos a 700 metros de profundidade, em uma mina de cobre no deserto do Atacama, no Chile? A história é impressionante e já nasceu, naturalmente, no formato de um belo roteiro cinematográfico.

Claro que é cheio de emoções – o que seria uma armadilha fácil para uma produção lotada de clichês e dramalhões. Mas consegue ser bom: tem um ótimo ritmo – condizente com a urgência da situação -, mantém o suspense – embora a gente já soubesse o final – e conseguiu me emocionar de verdade. A diretora mexicana Patricia Riggen acerta na mão.

Pra refrescar a memória, este acidente com os mineiros aconteceu em 2010 e milagrosamente ninguém morreu. Com nenhum suporte da empresa mineradora, o presidente chileno abraça a causa para resgatar os operários, guiado pelo Ministro das Minas e Energia Laurence Golborne, muito bem incorporado pelo brasileiro Rodrigo Santoro (também em Heleno, Meu País, Carandiru). Na liderança dos mineiros presos sob a montanha, sem água, comida ou medicamentos, está Mario Sepúlveda (Antonio Banderas, também em A Pele que Habito), liderança fundamental no drama. Do lado de fora, quem conduz as famílias é a irmã de um dos trabalhadores, encenada pela francesa Juliette Binoche (também em Mil Vezes Boa Noite e Horas de Verão). Portanto, um time muito bom, por uma causa muito intensa, que aborda temas como trabalho em equipe, determinação e esperança. Ótimo filme motivacional, inclusive.

Minha queixa fica por conta do apelo comercial, que mais uma vez é mais forte do que as escolhas que norteiam a capacidade do filme de ser fiel à realidade, de transportar o espectador pra dentro da tela, realmente. Um ministro brasileiro, um mineiro espanhol, uma cidadã francesa, um presidente americano, todos fazendo personagens chilenos, falando em inglês, em pleno Atacama. Eu sei, vende mais, tem apelo internacional e dá ao filme uma carreira mais promissora comercialmente falando. Mas uma história boa dessas – tão boa que parece ficção – merecia um elenco de língua espanhola. Talentos não faltam para preencher essa importante lacuna. Talvez seja preciosismo, mas várias vezes desejei que Banderas soltasse realmente a língua!

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