O PEQUENO PRÍNCIPE – The Little Prince
Opinião
Algo precisa ser dito sobre esta adaptação do clássico francês, antes que alguém fale que esta não é a verdadeira história de O Pequeno Príncipe. Os clássicos têm isso, permitem licenças poéticas, já que fazem parte do repertório de gerações. Todo mundo se sente um pouco dono (ou amigo) do pequeno príncipe, tamanha é a sua atemporalidade.
Por isso, a dica é a seguinte: assista ao filme com a cabeça – e o coração – abertos para um outro olhar. A essência é a mesma. O que o diretor Mark Osbourne fez foi colocar o clássico dentro de outra história, deixo o livro no formato de livro mesmo – e o fez com muito talento. Visualmente é uma linda pintura; textualmente, é uma verdadeira poesia.
Ao invés de transformar o livro em filme, o que vemos é a criação de personagens que irão ler o livro, igual ao que nós todos conhecemos, com seus desenhos originais. Para que essa sobreposição ficasse clara, os personagens do livro (príncipe, raposa, aviador) são feitos com a técnica do stop-motion, como aqueles bonecos de massinha. Já a garota, sua mãe, o aviador-narrador, e todo o seu mundo estão retratados na mais perfeita terceira-dimensão tecnológica. Assim, a menina, que sofre a pressão alucinada da mãe, que quer transformá-la numa adulta perfeita e bem sucedida, descobre as maravilhas da infância, da imaginação e dos relacionamentos afetivos através da história do livro O Pequeno Príncipe e suas famosas frases como “tu es eternamente responsável por aquilo que cativas” e “o essencial é invisível aos olhos”.
Não há mal nenhum em adaptar uma obra de domínio público à outra linguagem. Quer queira, quer não, o enredo como nós o conhecemos é contado pelo aviador à menina e tem uma magia transformadora e especial. Vá de coração aberto, porque a chance de você vai embarcar junto naquele avião é enorme! Eu fui.
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