O PALÁCIO FRANCÊS – Quai D’Orsay

Cartaz do filme O PALÁCIO FRANCÊS – Quai D’Orsay

Opinião

Falei aqui de um bom filme sobre os bastidores da política francesa – do ponto de vista da cozinha do palácio presidencial em Os Sabores do Palácio. Agora este filme migra para a política nua e crua, fazendo uma sátira divertida dos egos e desejos de um ministro poderoso, cheio de manias e vazio de profissionalismo. Vale saber também que esse personagem excêntrico, agitado e completamente maluco é inspirado no ex-ministro das relações exteriores da França, Dominique de Villepin, e que este filme, por sua vez, é inspirado nos quadrinhos de mesmo nome, sucesso na França.

Faz parte do imaginário popular pensar o que se passa nos corredores dos suntuosos palácios do governo – aqui no Brasil, isso dá até arrepio. Um dos autores dos quadrinhos Quai D’Orsay, Antonin Baudry, trabalhou no ministério e por isso fala com conhecimento de causa. No filme, vemos um sujeito afetado, que tem um chilique atrás do outro, que enlouquece sua equipe com pedidos estranhos, que muda de ideia a cada minuto e que não tem foco para nada. No meio do turbilhão está o recém-formado Arthur (Raphaël Personnaz, também em Três Mundos), contratado para escrever os discursos do ministro, faz de tudo para atender aos desejos do chefe. Para tanto, conta com sua namorada Marina (Anaïs Demoustier, também em Elles, As Neves do Kilimanjaro), com o chefe do gabinete Claude (Neil Arestrup, também em O Profeta), mas não pode confiar na esperta e trapaceira conselheira para assuntos africanos Valérie (Julie Bayet). 

Time montado, circo armado. O que se vê dentro do palácio é um show de trapalhadas, numa ironia forte por parte do diretor Bertrand Tavernier. Tão forte que parece até mentira. Só rindo mesmo.

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