O CÉU É DE VERDADE – Heaven is for Real

Cartaz do filme O CÉU É DE VERDADE – Heaven is for Real

Opinião

Para os mais céticos, em que qualquer discurso que beire a adoração, que fale de fé ou que faça sugestão àquilo que é inexplicável, O Céu é de Verdade é mais um daqueles filmes evangélicos fervorosos, em que tudo está nas mãos de Deus – até mesmo as dívidas que não param de crescer. Não vai colar. Porém, para quem acha que os mistérios cristãos são fundamentos daquilo que os faz acreditar na imagem que se criou de céu e inferno, no poder da oração, pode ser que algo faça sentido. Logo me lembrei do livro A Cabana, de William P. Young, em que o personagem fica um fim de semana na companhia da santíssima trindade passando sua vida a limpo, pode ver mais do que algum sentido na experiência de Todd Burpo.

Baseado no que sua família viveu após seu filho ficar entre a vida e a morte, o pastor Burpo escreve o livro homônimo, que se torna um bestseller. Até acho que as imagens escolhidas pelo diretor – cheias de feixes de luz sugerindo o paraíso – não beiram o tanto assim o misticismo, mas ver Jesus, falar da cor de seus olhos, dar nomes e formas para o que acredita-se ser um mistério, é forçar a barra. Mas o fato é que o garoto de 4 anos afirma ter ido até o céu e revela fatos aos pais que só não poderia saber se realmente tivesse tido algum tipo de contato com pessoas já mortas.

Acho esse tipo de filme um tiro no pé. É um mercado que cresce, as pessoas querem, cada vez mais, se amparar em histórias inexplicáveis vividas por outras pessoas. Um filme bom é o do Xico Xavier. Esse tem qualidade. Mas, de uma maneira geral, acho que este aqui vai na linha da evangelização sem profundidade. Se a história aconteceu mesmo, se o livro fez tanto sucesso, se as pessoas se interessam tanto por esse tipo de assunto, por que se arriscar? Outras escolhas teriam sido menos fantasiosas e talvez o mistério continuasse ainda sem cara, nem documento. Portanto, mais crível. De novo: céticos, afastem-se! Se você acha que tem uma brecha, pode até se deixar comover. Mas não te faz acreditar.

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