O CASAMENTO DE MAY – May in the Summer

Cartaz do filme O CASAMENTO DE MAY – May in the Summer

Opinião

Este não é o primeiro filme sobre mulheres do Oriente Médio. Acho o assunto fascinante. Tive a mesma sensação quando assisti a Caramelo e A Fonte das Mulheres. São essencialmente femininos, enfatizando seu lado gracioso e espirituoso, sem desperdiçar a nuance própria da região, que faz o retrato da mulher ser um prato cheio para os cineastas mais sensíveis. Aqui se fala da sociedade machista, mas não são filmes sobre o machismo e as dificuldades da mulher. Mas sobre a mulher que lida com questões como casamento, família, diferenças como qualquer outra, em qualquer lugar do mundo.

O Casamento de May é escrito e dirigido por Cherien Dabis, que também faz o papel principal. May é escritora, mora em Nova York, onde conheceu seu futuro marido. Volta para Amã, na Jordânia, para rever  seus familiares e preparar o casamento com a sogra. Nem tudo é simples e as diferenças vêm logo à tona. Sua mãe, a sempre ótima Hiam Abbass, presença quase obrigatória em filmes com personagens árabes, é cristã fervorosa, não aprova o casamento da filha com um muçulmano; seu pai casou-se com uma moça bem mais moça e anda ausente; suas irmãs vivem dando palpite e May já não sabe mais se casa ou compra uma bicicleta.

Com uma linda paisagem da Jordânia, sua cidade e seu deserto, O Casamento de May e leve e gostoso de ver. É basicamente sobre a busca pessoal de cada um, sobre os estigmas da sociedade e sobre as relações humanas, sobre a relação entre irmãs. Poderia ser de qualquer religião, qualquer país. Ser jordaniano é um ganho e traz para mais perto realidades de países tão distantes. Com graça e beleza.

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