NANNY

Cartaz do filme NANNY

Opinião

A história se passa em Nova York, mas poderia ser em qualquer lugar. Aisha é uma imigrante senegalesa, que consegue um emprego de babá em uma família rica de Upper East Side e se sente grata pela oportunidade. Afinal, como diz sua tia, “emprego assim não aparece todo dia”.

O plano de Aisha em NANNY é guardar dinheiro pra trazer o filho de 7 anos que ela deixou no Senegal. Tudo vai bem até que nem tudo parece ser o que é. Algumas máscaras caem, as relações se mostram mais frágeis do que o ambiente chique demonstra e Aisha tem que lidar com seus medos particulares. O suspense do filme fica por conta dos temores internos, que permeiam também o convívio de Aisha no trabalho.

O que a diretora Nikyatu Jusu faz é construir uma história universal da dificuldade de construir o pertencimento quando é preciso migrar — mesmo se fosse dentro de um mesmo país. Da cultura à culinária, do cabelo ao idioma, sentir-se parte é um processo. Sem falar das relações sociais, tão pautadas pelos abismos que, por si só, já determinam que relação é essa.

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