MURINA

Cartaz do filme MURINA

Opinião

MURINA, estreia da croata Antoneta Alamat Kusijanovic na direção, foi um dos mais votados no 45ª Mostra SP. É lindo mesmo – Júlia tinha razão quando sinalizou que adorou o filme. Aliás, a protagonista também é Julija, talvez uma versão croata da nossa Júlia. O tema é universal, mas o cenário, único. Uma casa de veraneio na paradisíaca Croácia serve de pano de fundo pra um fim de semana em que desejo e violência se sobrepõem profundamente.

Julija vive com os pais nesta casa. Fazem pesca submarina, justamente das “murinas” do título, as moreias. O que Julija gosta mesmo é de mergulhar, é sua paixão. Mas o pai é violento, abusivo. Com ela e com a mãe. Até que chega pra passar o fim de semana com eles um sujeito com quem pretende fazer um negócio – e que parece ser o vínculo dessas das duas mulheres com o mundo exterior, com a liberdade.

O tema do relacionamento abusivo, machista e violento entre pai e filha é recorrente, vem aparecendo cada vez mais. Aqui, tem o cenário da água, do mergulho profundo, da caça às moreias – o que não é pra qualquer um. A fotografia é belíssima e Julija tem uma força impar. Merece o mergulho e a reflexão.

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