MOSCOU

Cartaz do filme MOSCOU
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Opinião

Moscou é mais um filme do diretor Eduardo Coutinho, que faz documentários e entrevistas como ninguém. Tem um olhar diferenciado, já que seu cenário é o palco e por lá circulam os participantes, que ora são atores, ora eles mesmos. E é justamente essa mistura que ele deixa claro – e faz com que aqueles que participam do projeto também se entreguem à proposta. Se não fosse assim, seria ficção. Mas na sua concepção – ou pelo menos é como sinto seus filmes – realidade e ficção se mesclam na vida. Somos os dois ao mesmo tempo, ora vivendo as nossas próprias lembranças, ora nos imaginando como seria se tudo fosse diferente.

Moscou é uma experiência teatral realmente. Não só o palco está presente, mas também os atores do grupo Galpão, de Belo Horizonte, que concordaram em encenar a peça As Três Irmãs, de Tchekhov, fragmentada, com improvisos e ensaios no meio. Com o diretor convidado Enrique Diaz, os atores representam seus papéis, e no meio do caminho são convidados a contar sobre algo marcante da sua vida. Eles relatam e a gente fica sem saber se é realmente parte da vida real daquele ator, se faz parte do texto ou se ele está simplesmente criando outro personagem na sua mente.

Já digo de cara que é preciso gostar de teatro, do ritmo do teatro para gostar mais de Moscou. Confesso que minha expectativa para este filme era muito alta. De Eduardo Coutinho já tinha assistido a Edifício Master (mas preciso rever) e a Jogo de Cena, que é um retrato interessantíssimo da vida de mulheres comuns e atrizes, que vagam entre a interpretação e a realidade num jogo realmente muito sugestivo. Mas foi As Canções (está em cartaz, não percam!) que realmente me tocou fundo. É excepcional. Dos três, o mais singelo, mais plural, aquele que usa a linguagem mais universal, a música.

 

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