MONTANHA CEGA – Mang Shan

Cartaz do filme MONTANHA CEGA – Mang Shan
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Opinião

“Morrer é fácil, difícil é viver.” – frase dita por uma garota, também vendida para ser esposa da ignorância

Só a atriz Huang Lu aparece na lista dos créditos do IMDb, The Internet Movie Database – o banco de dados de cinema que dá toda e qualquer informação sobre o tema. Pelo que pesquisei, os outros personagens são moradores da região montanhosa do norte da China, onde a história se passa. Quando percebi isso, fez sentido. O filme é uma pequena e real amostra das atrocidades humanitárias a que as mulheres são submetidas na China de proporções continentais e portanto bem longe dos olhos e do alcance de qualquer um que se preocupe com os direitos humanos.

Bai Xuemei é uma garota formada na faculdade. Como tem dificuldade de encontrar emprego, aceita trabalhar em um pequeno vilarejo, que supostamente fabrica medicamentos para uma grande indústria. Tudo mentira. Ludibriada, ela é vendida a uma família, para que seja esposa de um homem bem mais velho. Tem o mesmo destino de muitas mulheres chinesas: é aprisionada, sujeita aos maus tratos da família, a quem deve obediência e servidão e, principalmente, um filho homem. Montanha Cega mostra a realidade das mulheres numa sociedade absolutamente machista e primitiva, em que os bebês do sexo feminino são muitas vezes mortos; quando sobrevivem, as mulheres são renegadas e vendidas como esposas a outras famílias.

A atriz Huang Lu consegue transmitir com muita força o seu desespero, e mostra que realmente enlouquece nessa sociedade corrupta, em que todos são cúmplices, egoístas e cegos. Um horror, que se junta a tantas outras humilhações por que passam as mulheres em sociedades atrasadas e hipócritas. Em uma situação dessas, realmente o caminho mais díficil é continuar vivo. E são.

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