Opinião

INACREDITÁVEL tem este nome porque muitas vezes ninguém acredita na vítima da violência sexual. Marie Adler, de 18 anos, é estuprada por um homem em seu apartamento em Washington e relata o fato às autoridades. Traumatizada e exausta por ter que repetir várias vezes o mesmo depoimento, termina por se confundir, retira a queixa e é processada por falsa denúncia. De vítima, passa a culpada.

Parece ficção, mas não é. INACREDITÁVEL é série baseada na história real de Marie, vinda à tona em uma reportagem do jornal investigativo ProPublica juntamente com o Marshal Project, que ganhou o prêmio Pulitzer em 2015. Dessa matéria nasceu o livro Falsa acusação: uma história verdadeira, de Ken Armstrong (Leya, 2018).

A história se passa em 2008 e só é investigada em 2011, no Colorado, quando uma detetive começa a trabalhar em um outro caso de estupro. Informações e evidências vão e vem, casos similares chamam atenção em outras cidades e a o quebra-cabeça com diversas vítimas, estupradas dentro de um padrão específico, acaba sendo montado.

Tudo isso pra dizer que INACREDITÁVEL é o tipo de obra que não pode passar sem ser vista. Toca neste ponto fundamental da credibilidade, da escuta, do acolhimento de meninas e mulheres que relatam abusos, não são levadas a sério e se calam por falta do devido suporte e respaldo jurídico.

Onde ver: Netflix