Opinião

Saborosa comédia Minha Obra-Prima, dos amigos Renzo e Arturo, artista e galerista, que encontram uma alternativa divertida – e bem original – pra continuar no jogo da vida no mundo da arte. Seguindo a mesma toada do ótimo O Cidadão Ilustre, o diretor Gastón Duprat faz uma comédia da vida privada, levantando a reflexão sobre a arte. Se vale quanto pesa – e se vale, afinal de contas.

Renzo Nervi é um artista plástico decadente. Já vendeu muita obra, não acompanhou as tendências de mercado e é carta fora do baralho. Se não fosse por seu amigo de longa data, o galerista Arturo Silva, já não restariam alternativas.

Com humor – aquele que faz o cinema argentino ser sutil e ácido ao mesmo tempo, Minha Obra-Prima tem um roteiro engenhoso, sem cair na comédia tola. Pelo contrário: faz rir com inteligência, deixando ainda, de quebra, a pergunta do vale-quanto-pesa da obra de arte, que não quer calar.