MIA MADRE

Cartaz do filme MIA MADRE
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Opinião

Nanni Moretti não faz qualquer cinema. E muitas vezes, não faz cinema fácil. Mas sempre faz um cinema importante, sobre as relações humanas, com questionamentos e sentimentos genuínos. Pelo menos naqueles que eu assisti: Habemus Papam, Caro Diário, O Quarto do Filho. Não são sentimentos filtrados ou maquiados pela direção de arte. Nesses três filmes, o próprio Moretti também atua, transporta para a tela sua experiência de vida e questões profundas de como lidar com a vida e com as pessoas que fazem parte dela. Tudo com um olhar muito realista e profundo.

Não foi diferente em Mia Madre, quando Moretti traz a problemática da perda da mãe. O filme se passa no momento em que sua mãe está muito doente, mas o foco principal é como ele e a irmã, na pele da ótima Margherita Buy, lidam com o assunto. Claro que a doença da mãe não é a única coisa que acontece na vida deles e Moretti traz isso pra tela também: como lidar com tantos problemas ao mesmo tempo e não se deixar paralisar e transformar a vida num verdadeiro caos.

Marguerita é uma diretora de cinema, que está filmando com um ator americano famoso e genioso, acabou de terminar o casamento por falta de tolerância e excesso de rigidez, e sente-se frustrada e infeliz. Digerir a ideia de que a doença da mãe não tem cura, traz todas as questões antigas e mal resolvidas à tona, causa ainda mais solidão, perturba o ambiente de trabalho e os relacionamentos que ela ainda consegue manter e a exaustão se instala. Giovanni, personagem de Moretti, já tem uma postura mais serena e acolhedora, muito embora também tenha problemas de sobra pra resolver.

O cinema de Moretti é sempre algo que mexe com meus sentimentos mais profundos. Principalmente aqueles que envolvem pessoas, perdas, transformações e grandes mudanças. Ele traz isso pra tela e faz com muita intensidade. Quem não é fã do cinema mais lento, contemplativo e reflexivo, vai achar parado demais. Agora, se há uma brecha pra algo mais introspectivo, não tem como errar. Faz você pensar e emociona a cada movimento mais intimista.

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