Opinião

As pupilas do título são meninas que moram neste colégio interno na Itália, durante a Segunda Guerra. São só 37 minutos  — mas minutos adoráveis.

LE PUPILLE, indicado ao Oscar de filme curta-metragem, conta uma história graciosa, inspirada na carta que a escritora italiana Elsa Morante escreveu para seu amigo Goffredo Fofim, no Natal de 1971. Tudo gira em torno de um bolo natalino que foi doado às meninas na véspera de Natal. Naqueles dias em que a comida era escassa, comer um bolo saboroso era extremo luxo. Só que a presença de espírito da linda Serafina vai mudar os planos da madre superiora.

Não, o tom não é de tragédia, nem de sofrimento. Pelo contrário. As meninas dão brilho ao curta, com graça e delicadeza. Logo na apresentação, dizem que é “um filme desajeitado e livremente inspirado na carta” — o que já nos dá um ar teatral, como se estivéssemos assistindo ao vivo a encenação da interpretação da carta, e as pequenas atrizes se permitissem um riso aqui, uma escapada da ficção pra realidade ali.

Mas, afinal, qual a moral da história? As meninas também se perguntam no final. Fica a questão pra se pensar. De qualquer forma, o filme tem um tom e ritmo deliciosos pra falar da rigidez da religião, sobre tradições, gula, medo e solidariedade!