HENFIL

Cartaz do filme HENFIL

Opinião

“Tem gente que acha que humor é para gargalhar;

pra mim, humor serve pra libertar.” – Henfil

Henfil era cartunista, mas também escritor, fez cinema e televisão. Era multimídia. Por isso a ideia da diretora Angela Zoé, que também produziu o documentário Betinho – A Esperança Equilibrista, sobre o formato deste documentário, é tão feliz.

Além de trazer imagens da vida de Henfil – que morreu em 1988, vítima do vírus HIV porque era hemofílico e foi contaminado na transfusão de sangue -, de mostrar depoimentos de amigos e familiares, sua irreverência no traço contra a censura e a ditadura, traz também a experiência de jovens animadores e cartunistas, que toparam revisitar os personagens do artista. Durante um workshop, que durou um mês, os profissionais se debruçaram sobre a obra de Henfil, interagindo com seu legado, com sua forma de ver a vida – livre e criativa -, e criaram um curta metragem animado com seus personagens. Esse é o fio condutor do filme – o que faz da cinebiografia algo original e divertida.

Henfil tinha um traço intuitivo, livre, direto. Segundo Ziraldo, “seu equilíbrio era o desequilíbrio”, ele não passava nada a limpo. Tinha o traço espontâneo, assim como era sua maneira de contestar e lutar contra a doença de maneira urgente. Com tudo isso, este documentário Henfil dialoga e tem sinergia. Bela escolha, quando é preciso inovar e fugir da cronologia das biografias – principalmente em se tratando de alguém tão audacioso e destemido.

 

 

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