FRIDA

Cartaz do filme FRIDA

Opinião

Frida Kahlo foi aquela artista mexicana das sobrancelhas negras, fortemente marcadas e praticamente emendadas e dos milhões de arranjos no cabelo. A imagem construída por ela mesma, sobre si própria, conversa com sua obra de uma forma muito particular – fica fácil identificar seus traços. Considerada uma das mais importantes artistas mexicanas do século, Frida (1907-1954) ganhou esta biografia interessante, colorida no figurino, nos arranjos de cabeça e na alegria de Frida em tempos que a doença lhe dava uma trégua.

É curioso, mas ainda jovem apaixona-se por seu mestre – assim como Camille Claudel se apaixona por Rodin e tantos outros casos em que a admiração confunde-se com o amor, mas a diferença de idade e geração termina por tumultuar a relação. Mas isso foi depois de Frida sofrer o grande revés de sua vida, aos 18 anos: um acidente gravíssimo, que não a deixa paralítica por pouco, mas deixa sequelas que vão dificultar sua vida para sempre. O mestre muralista e mulherengo Diego Rivera (Alfred Molina, também em Educação, Magnólia) será seu grande companheiro, entre tapas e beijos por toda a vida, mas responsável por incentivar o talento e a personalidade da obra.

Frida é, sobretudo, um filme sobre a perspectiva da artista, muito bem representada por Salma Hayek, sobre a vida. A sua vida – já que ela sofria restrições físicas e fortes dores durante longos períodos e isso é refletido na sua obra. Parece surrealismo, mas também parece ser sua leitura da realidade quando deitada numa cama. Apesar de tudo, consegue projeção internacional, envolve-se com o Partido Comunista e com líderes de esquerda. Mas o filme não tem tom político, nem dramático. As cenas de dor são suavizadas pelas cores fortes, pela música mexicana marcantes e pelo figurino maravilhoso. Para quem gosta de biografias de artistas, mais uma boa dica para a lista que certamente inclui Piaf – Um Hino ao Amor.

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