FERRARI
Opinião
Especial 80º Festival de Veneza
Não bastasse GUCCI, Adam Driver é FERRARI.
FERRARI até é um bom filme e vai atrair muita gente. Escolhe o recorte de 1957 pra traçar o perfil de Enzo Ferrari e, se pensarmos no contexto, é fascinante mesmo: a escudeira, os desafios da prova de Mille Miglia, o casamento falido e a amante mantida fora dos olhares da sociedade, a construção da marca. Tudo gira em torno do esporte, do poder de quem está no comando e da vida daqueles que veem numa Ferrari a segurança que lhes falta. Enfim, é praticamente um estudo de caso sobre luxo, excessos, postura social. Do esporte e do consumo de ver e ser visto.
Por si só, a construção dessas marcas emblemáticas é fascinante mesmo, porque acaba fazendo parte do imaginário popular, da identidade nacional. Dito isso, fica fácil entender que como surge a sensação de ter revisitado o filme Gucci. Adam Driver representa de novo um emblemático personagem italiano e a escolha pela atriz que faz sua amante, Shailene Woodley, piora isso ainda mais. Penélope Cruz ainda passa, mas também causa desconforto neste filme que fica na zona de conforto totalmente.
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Eu não ia contar, mas voilà: o idioma dos Ferrari é o inglês e isso tirou, pra mim, o encanto de uma história que tinha tudo pra ser “veramente” italiana
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