ENNIO: O MAESTRO – ENNIO

Opinião
“Parece que ele criava, com a música, um filme paralelo.” Quem disse isso foi Bernardo Bertolucci, sobre Ennio Morricone, que de fato inventou a música de cinema. O compositor italiano, responsável por mais de 500 trilhas sonoras, inventou esta maneira de contar outra história dentro da própria história do filme. Precisa assistir escutando pra entender.
Mas quem se lembra de Cinema Paradiso, Os Oito Odiados, Era Uma Vez na América, por exemplo, já entendeu do que se trata. Ennio, vencedor de 2 Oscars, compunha a trilha sonora para o filme, dizendo que “a maior angústia de um compositor é encontrar a música exata para um filme”. Diante de tantas possibilidades, o olhar, a sensibilidade e o ousadia de Morricone colocou-o no patamar de ícone. Do compositor capaz de falar com todos.
E de emocionar. O documentário ENNIO, O MAESTRO, exibido no Festival de Veneza em 2021, além de ser um tributo à sua carreira, é também didático. Numa linha cronológica, passa por suas mais célebres composições, com depoimentos de artistas e diretores do calibre de Quentin Tarantino, Quincy Jones, Bruce Springsteen, John Williams e Clint Eastwood.
Mas é preciso assistir — segundo ele mesmo disse, “é impossível descrever a música; é preciso escutá-la”. A obra de Ennio é capaz de acessar nossos sentidos e reuni-los na melodia perfeitamente em uníssono com a imagem, pra contar uma história ainda mais potente.
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