DIANA
Opinião
Poderia ter sido muito comentado, como acho que será o filme sobre Grace Kelly. Poderia ser muito bom, porque não faltam boas e trágicas histórias sobre Diana. Além de ele ter sido, é claro, uma personalidade e tanto. Acontece que pouco se falou, passou absolutamente despercebido. Praticamente ignorado. Bem estranho. Nem que entrasse nos hall dos filmes românticos água-com-açúcar (às vezes melado demais)… mas nem isso ficou no ar. O filme Diana, do alemão Oliver Hirschbiegel, ficou pouquíssimo tempo em cartaz, para os jornalistas foi como se não tivesse acontecido e me agora restou tirar a prova na locadora.
Assisti. Gosto bastante de Naomi Watts. Em seu filme anterior, O Impossível – aquele do tsunami na Tailândia – ela está superbem, dramática, em harmonia com a tensão do momento. Aqui ela está princesa, sem sal, sem expressão, muitas vezes bem parecida com a Diana insegura e tristonha, aquela cabeça pendente, os olhos baixos, como se pedisse socorro. Acho até que faz um bom trabalho, mas algo na produção dificilmente fará com que o filme vá além da prateleira do que a gente chamava de “filme de sessão da tarde”.
Eu não saberia dizer o que é verdade, o que é mentira. Acho que ninguém no palácio sabe, tamanha a manipulação. A verdade deve ter morrido com ela. Mas o fato é que tudo parece muito artificial, montado, sem emoção genuína, sem presença. E o principal: a personagem Diana não chega perto da importância que teve a princesa de Gales. Falar de assuntos palacianos nunca é algo fácil, principalmente considerando a importância e a projeção de pessoas como ela. Mas o olhar do diretor tem que ser cuidadoso, sensível. Por que é que A Rainha, de Stephen Frears , é profundo, e este fica na superfície, quase se afoga nele mesmo? De qualquer maneira, o filme tem histórias da realeza, a figura da princesa desiludida tão presente em nosso imaginário e bastidores do palácio. Assisti num sábado chuvoso… é filme para esse tipo de momento.
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