DESENROLA

Cartaz do filme DESENROLA

Opinião

Há três outros filmes brasileiros muito interessantes sobre esse período rico, tanto em conflitos e dúvidas, quanto em descobertas e aventuras: a adolescência. Um deles é o premiado As Melhores Coisas do Mundo; o outro, Antes que o Mundo Acabe e por fim o também ótimo À Deriva. Digo isso antes de falar propriamente de Desenrola, porque assim você já se ambienta na dinâmica deste filme, na rotina dos alunos que vivem as mudanças e desafios do ensino médio, dos garotos e garotas que enfrentam a pressão da primeira transa e as inseguranças de pertencer ou não ao grupo.

A protagonista aqui é Priscila (Olivia Torres) e isso é fundamental. Em seu primeiro longa, essa talentosa atriz dá credibilidade ao roteiro, e graça ao filme – que em alguns momentos deixa o texto cair em alguns clichês. Gostei dela. E ela também parece ter gostado de ficar 20 dias sozinha, sem a mãe, totalmente dona do nariz aos 16 anos. É a sua figura que lidera a questão da transa por impulso, do esquecimento da camisinha e da gravidez, da traição, da conquista realmente batalhada, do melhor amigo. Tudo no ambiente do ensino médio da escola, logicamente cercado das ferramentas de internet e redes sociais, capazes de disseminar uma mentira em um minuto, que no instante seguinte já se transforma em outra coisa qualquer – dependendo do interesse.

Geração rápida, essa! Faz, desfaz, conecta, desconecta, ‘fica’, esquece. Seja como for, Desenrola mostra esses adolescentes tentando não se enrolar demais, para não curtir de menos – seja lá o que ‘curtir’ quer dizer. O que eu sei é que há uma quebra dos tabus da virgindade, mas há um resgate do valor da conquista e do namoro, propriamente dito. Aquele… que às vezes parece coisa do século passado.

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